Documentos emitidos no Rio de Janeiro eram distribuídos na Zona da Mata por R$ 2
Ricardo Beghini - Do Hoje em Dia - 30/09/2011 - 19:47
Leonardo Costa/Tribuna de Minas
Investigadores suspeitam que ao menos cem carteiras falsas foram distribuídas
JUIZ
DE FORA – A Polícia Civil de Juiz de Fora, na Zona da Mata, desmantelou
uma quadrilha que vendia Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs)
falsas. Os documentos eram emitidos nas cidades de
Santo Antônio de
Pádua,
Itaperuna e
Três Rios – todas no Rio de Janeiro – e distribuídas
em Minas por R$ 2.500. Algumas carteiras tinham origem na capital
fluminense.
Doze pessoas foram presas e levadas para a delegacia, onde prestaram
depoimentos na noite da última quarta-feira e foram liberadas. Entre
elas, dez eram donas das carteiras de habilitação e duas
interceptadoras do esquema.
No total, três mandados de busca e apreensão foram cumpridos, em dois
dias, nas cidades de Leopoldina e em Juiz de Fora. De acordo com o
delegado titular da 6ª Delegacia Distrital, responsável pelas
investigações, Carlos Eduardo Rodrigues, foram apreendidas 13 carteiras
de habilitação, além de documentos, computadores e um carimbo médico.
Anotações em uma agenda apreendida serão investigadas. Elas podem
trazer informações sobre os compradores.
Formulários do Detran do Rio de Janeiro também foram descobertos com o
grupo. Agora, a polícia investiga se há participação de funcionários do
órgão carioca no esquema.
Segundo Rodrigues, um morador do Bairro Solidariedade, em Juiz de Fora,
é suspeito de ser o atravessador no esquema. Esse homem seria
responsável por recolher os dados pessoais dos compradores e repassar
os documentos.
Na delegacia, o homem confirmou que ganhava um percentual sobre cada
carteira vendida e era o responsável por fazer a ligação entre o
interessado em comprar o documento com o líder do grupo em Leopoldina.
As diferenças entre as CNHs foram notadas pela data de validade e um
adesivo que a verdadeira não possui. “Na falsa, a data de validade é de
seis anos. Já na emitida pelos órgãos oficiais é de cinco anos”,
salienta a delegada Cristiane Maciel, responsável pelo Setor de
Habilitação da Delegacia Regional de Juiz de Fora.
Algumas habilitações possuem registros existentes, mas que não condizem
com a foto da pessoa. No entanto, outros documentos emitidos pelo bando
não estão cadastrados no sistema.
Os suspeitos podem ser enquadrados no crime de formação de quadrilha,
falsificação de documentos públicos, uso de documento falso e
estelionato. A polícia acredita que pelo menos cem carteiras foram
distribuídas em Juiz de Fora e em cidades da Zona da Mata. As
investigações agora estão focadas na localização do líder da quadrilha.
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