segunda-feira, 28 de novembro de 2011

REUNIÃO ACABA EM PANCADARIA NA CÂMARA MUNICIPAL

Reunião acaba em pancadaria na Câmara Municipal de Mato Verde

Edgard Davi Melo (PSDB) dá socos em Wanderlino Souza (PHS) durante explanação da investigação. 


REPRODUÇÃO
camara mato verde
Edgard Davi é acusado de emitir notas frias no valor de R$ 250 mil para nova sede da Câmara
MONTES
CLAROS – Uma reunião ordinária, convocada para apurar denúncias de
desvios de verbas na Câmara Municipal de Mato Verde, no Norte de Minas,
acabou em pancadaria. Um dos vereadores denunciados, o secretário da
Casa, Edgard Davi Melo (PSDB), desferiu socos no presidente do
Legislativo, vereador Wanderlino Souza (PHS), durante a explanação das
investigações já iniciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE). Todo
o ocorrido foi filmado e postado em sites na internet.

O agressor teve que ser contido por dois policiais militares que
faziam a segurança do local. Eles deram voz de prisão a Edgard, que foi
encaminhado ao Destacamento Policial e depois liberado para
apresentação na delegacia local. Com a paralisação da reunião, não
houve decisão sobre o encaminhamento da denúncia.

Como o Hoje em Dia adiantou em sua edição de 24 de julho, Edgard e o
vereador Júlio César da Paixão Silva (PSDB) teriam emitido, segundo o
MPE, durante seis anos, notas frias no valor total de R$ 250 mil para a
construção da nova sede da Câmara, mas até hoje as obras não foram
iniciadas.

Existe apenas um alicerce inacabado coberto por um denso matagal no
lote doado pela Prefeitura ao Legislativo. A construção do imóvel
deveria ter sido iniciada há três anos, quando Edgard presidia o
Legislativo. O Executivo já requereu devolução do lote, já que o prazo
para início das obras expirou.

O Ministério Público suspeita, ainda, que parte do dinheiro
desviado, cerca de R$ 20 mil, teria sido investido em material de
construção. Com a não construção da sede, os produtos teriam sido
desviados para obras particulares dos parlamentares, como reformas em
imóveis urbanos e rurais.

As denúncias sugiram quando moradores solicitaram esclarecimentos
sobre a obra aos vereadores, quando o atual presidente repassou o caso
para as comissões responsáveis. Ficou decidido, então, que os dois
vereadores não votariam na reunião dessa sexta-feira, sendo convocados
seus respectivos suplentes: Cristiano Barbosa Filho e Antônio Luiz
Fagundes Meireles.

Atualmente, a Câmara funciona em um imóvel alugado por um valor
mensal aproximado de R$ 545. Lá, os nove vereadores, que recebem
salário bruto de R$ 1.950 por mês, com exceção do presidente, que tem
um adicional de R$ 800, se reúnem duas vezes por mês. O Ministério
Público também apura supostos gastos ilícitos, como notas fiscais de R$
6 mil para serviços de táxi e superfaturamento nas compras de material
de escritório da Casa.

Além das denúncias envolvendo os vereadores, o Executivo também foi
alvo recentemente de investigação do Ministério Público. No final de
junho, a juíza Gisélia Milene Santos, da comarca de Monte Azul, acatou
a ação impetrada pela promotoria local, culminando no afastamento
temporário da então prefeita Beatriz Fagundes Alves (PT), de seu filho
Renato Fagundes Alves, tesoureiro da prefeitura, e alguns secretários.

Todos acusados de lesar o erário municipal em R$ 2 milhões. Ela retornou à prefeitura em outubro passado e a Câmara aguarda apenas as assinaturas dos dois vereadores tucanos, Edgard e Júlio César, para instaurar a comissão parlamentar de inquérito (CPI) para decidir sobre a cassação da prefeita. Ambos são da base aliada da petista.

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